Tarifa de 50% sobre o café brasileiro: o que muda para você e para o mundo do café?
O anúncio da tarifa de 50% sobre o café brasileiro pelo governo dos Estados Unidos pegou todo o setor de surpresa.
A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump e com vigência prevista para 1º de agosto, promete impactar não só os produtores e exportadores brasileiros, mas também os consumidores norte-americanos – e, claro, todo o mercado global do café.
Por que isso importa?
💡 Você sabia?
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Os EUA são o maior importador de café brasileiro.
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Em 2024, o Brasil exportou mais de 8 milhões de sacas de café para o país.
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Os americanos são também os maiores consumidores de café do mundo, com mais de 24 milhões de sacas por ano.
Ou seja: mesmo que o Brasil precise vender para os EUA, eles precisam ainda mais do nosso café.
E o impacto?
Segundo Marcos Matos, diretor do Cecafé, o efeito pode ser expressivo, mas existe espaço para negociação. Hoje, há um esforço para que o café entre na lista de recursos naturais não produzidos em solo americano. Por se tratar de um produto que os EUA não produzem, apenas importam, o café pode ser incluído entre as exceções tarifárias – mas ainda está em negociação, e precisamos torcer para que essa isenção seja aprovada.
Essa lógica também se estende a outros setores exportadores, como carne, etanol, açúcar, laranja e produtos de origem vegetal e florestal, que dependem de condições justas para continuar competitivos no mercado internacional.
O valor do café brasileiro
Além de ser uma tradição que atravessa gerações, nossos cafés diferenciados – com selos de qualidade e práticas sustentáveis – movimentam mais de US$ 3 bilhões em valor agregado, reforçando o compromisso do Brasil com o meio ambiente e com uma produção responsável.
E os números mostram como o nosso café é vital para os EUA:
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Para cada US$ 1 gasto com café brasileiro, a economia americana gera US$ 43 em valor.
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O setor de café representa 1,2% do PIB dos EUA.
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São mais de 2,2 milhões de empregos e um impacto superior a US$ 343 bilhões na economia.
Em resumo: o café brasileiro não é só uma commodity, é parte da rotina, da cultura e da economia mundial.
Por que 50% é um problema?
Enquanto países concorrentes como Vietnã, Indonésia e Nicarágua enfrentam tarifas que variam entre 10% e 32%, o Brasil está diante de um salto para mais 50%. Para se ter uma ideia, o Vietnã já enfrentou tarifas de 45% e, após negociações, conseguiu reduzir para 20%.
Passar de 10% para mais de 50% é simplesmente inviável – tanto para os produtores brasileiros quanto para toda a cadeia que leva o café até a xícara do consumidor norte-americano.
O que esperar daqui para frente?
Uma tarifa tão alta significa mais custos para as empresas brasileiras e cafés mais caros para os consumidores americanos. Isso pode afetar também outros setores do agronegócio e da exportação, como o complexo florestal, produtos de origem vegetal, carne, suco de laranja, açúcar e etanol, que dependem de um comércio equilibrado para se manterem competitivos.
Por isso, a inclusão do café (e de outros produtos não produzidos nos EUA) na lista de exceções tarifárias é essencial. Essa decisão, que ainda está sendo negociada, pode garantir que a relação comercial continue saudável e benéfica para os dois países.
Enquanto torcemos para que essa solução seja aprovada e cheguemos a uma taxa justa e viável, seguimos aqui fazendo o que sabemos de melhor: levar até você cafés especiais, fresquinhos e sem intermediários.
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